✨ Sinopse

“Naquela altura…
Uma noite, Annie desapareceu.
Sumiu da sua cama. Houve buscas, apelos. Todos pensaram o pior.
E depois, miraculosamente, após quarenta e oito horas, ela voltou.
Pensou-se que não queria ou não conseguia dizer o que lhe acontecera.

Mas alguma coisa aconteceu à minha irmã.
Não sei explicar o quê. Só sei que quando voltou, já não era a mesma. Não era a minha Annie.

Não queria admitir de forma alguma que às vezes tinha um medo de morte da minha irmãzinha…

Agora…
O e-mail chegou à minha caixa de correio há dois meses.
Quase o apaguei de imediato, mas fiz clique para abrir:

Sei o que aconteceu à sua irmã.
Está a acontecer de novo.”


✨ Opinião

“Levaram Annie Thorne” retrata a história de um homem que perdeu a sua irmã, ainda na altura criança em razões misteriosas. Quando o encontrei na livraria, sabia que este livro me ia surpreender muito, pela positiva. Ao começar a ler, não conseguia parar: queria saber mais e mais sobre a história daquelas personagens, mas, principalmente, sobre a história daquela menina que havia desaparecido. E foi aí que me desiludi um pouco, porque o livro não retrata muito a personagem de Annie, depois de ela “voltar”. Seria uma perspetiva interessante, conhecer melhor a personagem, quiçá, conhecer a perspetiva desta e conhecer a identidade que agora habita nela.
Contudo, a história faz-nos ficar horas envoltos naqueles mistérios todos, tentando fazer sentido e tentando descobrir mais. É intenso, muitas vezes de livre interpretação, mas que, principalmente, nos abraça e envolve na história, como se pudéssemos estar presentes e a viver e experienciar aquilo que as personagens estão a sentir.
Mas aquilo que pensávamos que era no início, não é bem assim: a autora dá uma reviravolta na história. Joe Thorne é uma personagem fascinante, sendo ao mesmo tempo uma pessoa boa e má. Faz-nos querer dar um abanão nele, para parar de fazer alguns disparates e seguir uma linha mais justa, o que ele quase nunca faz.
Uma das coisas que mais me entusiasmaram neste livro foi ver que a autora se inspirava bastante nas obras de Stephen King: aquele mistério todo que acaba com uma reviravolta e, quando damos o livro por terminado, nos deixa sem chão. É bem assim como me sinto ao ler Stephen King. É o primeiro livro que leio de C. J. Tudor, mas estou completamente agarrada.
O livro acaba numa nota que, algo me diz, é bem capaz de ter continuação. E é, sem dúvida, uma história que tem muito para se falar e aprofundar.

4,5/5 🌟